quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CSAMT convoca concentraçom em prol da liberdade de Miguel



Coincidindo com primeiro aniversário do seu sequestro polo Estado espanhol CSAMT convoca concentraçom de apoio e solidariedade ao jovem militante obreiro atualmente encarecerado no Centro Penitenciário de Villabona.

A concentraçom terá lugar quinta-feira 15 de dezembro às 20.30 horas no mercado viguês do Calvário.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Miguel Nicolás cumpre um mês de isolamento


Após um mês luitando por umha cela individual a direçom da prisom de Villabona continua mantendo a Miguel em regime de isolamento. A finais de outubro Miguel foi mudado de módulo empiorando significativamente as suas condiçons no centro penitenciário.

Perante o silêncio administrativo das autoridades prisionais às suas justas demandas o operário viguês negou-se a compartilhar cela sendo castigado com o isolamento.

O seu estado de ánimo é muito bom com firme determinaçom de continuar na luita até atingir umhas condiçons dignas de habitabilidade.

CSAMT denuncia a política penitenciária espanhola contra os presos e as presas políticas e solicita a imediata liberdade de Miguel Nicolás.

Prosegue campanha pola liberdade de Miguel e Telmo

Semana a semana CSAMT continua plasmando nas paredes das ruas e vias de comunicaçom do nosso País a reivindicaçom da liberdade de Miguel e Telmo.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Líbia e os bombardeamentos da NATO

Telmo Varela

Falar da Líbia é um debate especialmente virulento no campo progressista, porque a maioria das vezes tendemos a simplificar os conflitos quando, por regra geral, som dumha complexidade estraordinária, deixando-nos levar, muitas vezes, pola opiniom maioritária dos meios de comunicaçom capitalistas.

Poucos sabemos que a Líbia, com Muamar el Gadafi ao fronte, tratou de consolidar a uniom árabe e africana. Umha das razons que se aduzem para justificar a agressom contra a Líbia é que estava a tentar criar umha espécie de moeda ou unidade de pagamento para toda a África, usando as suas grandes reservas de divisas e de ouro. Por este atrevimento, o regime foi difamado polos meios de comunicaçom imperialistas.

Todo o mundo sabe que houvo movimentos sociais mui importantes na Tunísia, Egito, Iemem, Barein... com centenas de mortos pola repressom governamental, mas nom há provas de que existisse umha movimentaçom social importante na Líbia prévia aos bombardeamentos da NATO. É mais que curioso que, tendo todos os sistemas informativos abertos, nom existam provas substanciais nem de manifestaçons nem dumha repressom contra essas manifestaçons.

Porque a NATO atacou a Líbia e nom o Egito ou o Iémen, onde houvo as manifestaçons mais potentes, com centenas de mortos?

Sabemos que um movimento social forte derroca o governo por si mesmo, nom necessita ajuda da NATO; é formado por umha liderança nova, nom como o Conselho Nacional de Transiçom, que é composto por velhos ministros de Gadafi, monárquicos idristas (e nom se vê nengum movimento popular no mundo que seja integrado por defensores da monarquia).

Quando a monarquia está acarom dos interesses populares? Um movimneto rebelde nom opera com tanques de guerra nem armamento de última tenologia. É sumamente estranho.

Se há um movimento social de esquerda na Líbia, deve estar a luitar contra as forças da NATO. Umha esquerda que aplauda a NATO e o seu objetivo de destruir um país petroleiro, tem tanto de esquerda como Sarkozy e Merkel. Parece um disparate, algo insustentável.

As organziaçons realmente de esquerda, desde um princípio, mostrárom a solidariedade com os movimentos democráticos da Tunísia, Egito, et cétera, e denunciárom a intervençom da NATO e das potências imperialistas europeias e dos EUA na Líbia.

As pessoas de esquerda condenamos a invasom da NATO e sempre proclamamos que as soluçons dos problemas internos da Líbia correspondem só e exclusivamente à Líbia, de acordo com a Carta das Naçons Unidas. Fôrom tantas as invasons estrangeiras em países soberanos, que vemos com desconfiança todas as ingerências. Neste caso, num país como este, que tinha adotado diversas medidas de afiançamento da soberania e de melhorias da populaçom. Que umha parte da "esquerda" europeia confunda umha invasom estrangeiras com um movimento social obedece a que... quanto há que nom fai umha revoluçom?

Quem combatia a NATO na Líbia? Kadafi, sem lugar a dúvidas. Nom concebo ninguém de esquerda na Líbia que nom estivesse a combater contra os massacres da NATO. Nem no mundo árabe, nem islámico, nem no mundo em geral. Haveria que mostrar que o levantamento popular existiu. E se fosse assim, deveria luitar contra a NATO. Todas as intervençons estrangeiras nos movimentos nacionais fôrom sempre nocivas.

As pessoas de esquerda sentimo-nos mui surpreendidas e estranhadas quando escuitamos que umha potência imperialista luita desinteressadamente pola democracia. Sobretodo quando tem todos os visos de umha guerra de rapina.

Já se publicou que Sarkozy reserva para França 35% do petróleo da Líbia; houvo umha repartiçom entre as potências agressoras numha conferência internacional, entre Merkel, Cameron, Sarkozy e Berlusconi. Honestamente alguém acredita que Berlusconi, Merkel ou Cameron sejam dirigentes de um movimento popular?

Seguramente a única soluçom prévia para evitar a invasom era que a Líbia entregasse de graça o petróleo aos países da NATO.

A NATO nom está detrás da democracia, mas do petróleo, das matérias primas e das riquezas dos países agredidos. Se estivesse a favor da democracia, bombardearia a própria ONU que é a instituiçom mais antidemocrática que um pode imaginar.

O nível de vida do povo líbio com Kadafi era o mais alto do continente africano. Veremos que lhe deparam a partir de agora, sob mandato dos fantoches de Ocidente.

Prisom de Topas, Salamanca, 10 de dezembro de 2011

Basta de enganos

Telmo Varela

A crise por que está a passar o setor naval há que enquadrá-la no seio da crise crónica e geral que está a padecer o sistema capitalista.

Dizer aos trabalhadores e trabalhadoras e querer convencê-los de que todos os seus problemas e males som conseqüência das bonificaçons do "tax lease" é tomar-lhes o pelo, enganá-los e tomá-los por parvos.

Todos os profissionais do sindicalismo (liberados e todos aqueles que vivem dos seus respetivos sindicatos) insistem teimosamente em que o problema é o "tax lease", e nengum deles mencionam nem umha só vez que o verdadeiro problema é o sistema capitalista.

Nom vos parece estranha e suspeita esta atitude?

Nas numerosas declaraçons, nengum dirigente sindical exclamou: já dobramos bastante o lombo! Já trabalhamos bastante para os ricachons, sem sairmos da miséria! Basta de enganos! Basta de tolerar que nos explorem e nos roubem! Nengum deles menciona que queremos umha sociedade nova e melhor organizada, sem tanta exploraçom. E, nesta sociedade nova, é melhor que nom haja ricos nem pobres, todos deverám trabalhar.

Nom serám uns quantos ricachons, e sim todos os trabalhadores e trabalhadoras, os que deverám gozar dos frutos do trabalho comum. De nada disto nos falam.

Basta de meias tintas e enganos! Som horas de sairmos à rua e luitarmos com todas as forças e despregar faixas com palavras de ordem como estas: "Defendamos o Naval com mobilizaçons e luita!" "Viva a luita obreira!", "Viva o Socialismo!".

Se animamos a obreiras e obreiros a luitar, os obreiros nom nos rendemos, sabemos que a nossa causa é justa e luitaremos até as derradeiras conseqüências. Adiante, pois, luitemos pola nossa liberdade e a felicidade de todos os trabalhadores, luitemos polo nosso futuro. Só nós podemos fazê-lo, de nós depende.

A construçom, a automoçom, a sanidade e o ensino público nunca tivérom bonificaçons de "tax lease" e também estám em crise. Fica claro, pois, que o "tax lease" é a panaceia que utilizam os sindicatos maioritários para esmagar-nos, confundir-nos e enganar-nos. E para dar-nos esperanças de que, se os governantes aprovam algo parecido, haverá contratos.

Inventam o que seja para nom fazer um apelo claro e com todas as conseqüências à luita. Temem mais a luita na rua que um burro umha vara verde.

A situaçom é tremendamente crítica e cada dia que passa é pior. Nom podemos perder mais tempo, devemos luitar como sempre figemos. O naval sempre mostrou que sabe defender os seus direitos. Desde o ano 72, o naval foi a ponta de lança e o exemplo a seguir para toda a classe obreira galega. Nom o defraudemos!

Telmo Varela

Prisom de Topas, Salamanca, 10 de dezembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Telmo foi dispersado para Topas


Novamente foi dispersado o camarada Telmo Varela. Segunda-feira 7 de novembro foi transferido da prisom de Dueñas (Paléncia) à de Topas (Salamanca). Em menos de nove meses estivo em três centros prisionais. A política penitenciária espanhola viola os mais básicos direitos humanos. Com esta prática pretende impingir um castigo extra aos presos e presas políticas, mas também a familiares e amizades, dificultando a comunicaçom.

CSAMT lembra a importáncia de manter umha comunicaçom regular com ambos presos por parte de todas as pessoas e organizaçons que somos solidárias com a sua causa e a sua luita.

O seu novo endereço é:
Telmo Varela Fernández (módulo 2)
C.P. TOPAS
Ctra. N-630, km 313,4
37799 Topas (Salamanca)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Real cleptocracia. Nom pode ser: Obreiros na cadeia, corrutos no poder!

A cultura política do franquismo desprestigiou, desprestigia a atividade política, aproveitou a ideia falangista, fascista, de “eu nom sou nem de direitas nem de esquerdas, a mim o que me interessa é que o fagam bem”. É o apoliticismo ativo que propugnaram e propugnam maioritariamente os que foram educados nas primeiras décadas do regime; os que ainda pensam como tardo-franquistas, a paradoxal ideia que com ténicos nom há ou nom é precisa a política. O mesmo que pensar que é igual respirar oxigénio que qualquer outro tipo de gás.

Telmo Varela é umha pessoa comprometida politica e socialmente, com familia real que fai parte eminente da geneanologia das famílias reais do povo trabalhador: empregados, desempregados e desempregáveis”. Telmo, um veterano militante operário com muitos anos de prisom às costas e umha trajetória de entrega à causa popular na Galiza, ocupava o posto de secretário comarcal da CUT em Vigo na altura da sua detençom em março de 2010. Foi acusado de participar em supostas açons de sabotagem contra interesses do Estado espanhol.

É preciso que exijamos a libertaçom de Telmo e de Miguel, que haja vozes como as de Telmo contra a afonia ditada, responsabilizados com as luitas populares; das famílias reais e dispostos a nom calar dentro ou fora do cárcere ou do parlamento; vozes que entre os e as galegas domesticadas impidam que podam normalizar a cleptocracia reinante.

Telmo foi novamente dispersado, agora para umha prisom em Salamanca. Segunda-feira 7 de novembro foi transferido da prisom de Dueñas (Paléncia) à de Topas.

No entanto, Urdangarin com “a infanta Cristina”, membros da Real familia e os quatro filhos, estam ainda auto-dispersados em Washington depois de que o genro do Bourbom, afilhado político do genocida Franco, que “reina mas nom governa” e que também se foi enriquecendo sem ter negócios visíveis, genro também de Sofia Glücksburg, consorte grega de cumprida e beligerante estirpe seletiva, está Realmente dispersado. Esta-o depois de ter aceite o cargo de conselheiro internacional da Telefónica, umha das maiores empresas de telecomunicaçons do mundo, para assim fugir da imprensa espanhola que vem publicando há vários anos notícias sobre os negócios do genro do rei de Espanha e, sobretodo, sobre o seu enriquecimento súbito. Urdangarin fugiu para o exílio dourado, deixando a luxuosa casa de Barcelona avaliada na época em cinco milhons de euros.

Diego Torres, parceiro político-comercial de Iñaqui Urdangarin, foi submetido a um longo interrogatório. Avançam já em toda a imprensa do Reino que o sócio de Iñaki Urdangarin insistiu que todas as faturas estam justificadas. A suspeita de ilegalidades motivou um inquérito à empresa dos dous sócios, -o Instituto Noos de Investigaçom Aplicada,- que também organizara vários eventos para o governo das ilhas Baleares durante o mandato de Jaume Matas (PP) entre 2003 e 2007.

Urdangarin e Santos criaram umha rede de sociedades para onde eram canalizadas as verbas que o Instituto Noos recebia. O tal Instituto foi fundado em 1999 e nos seus estatutos assome-se como “sem fins lucrativos” e com a misom de realizar investigaçons, cursos, seminários e outros eventos relacionados com a competitividade inteligente entre as empresas. Entre 1999 e 2003 a empresa estivo inativa, tendo sido reativada com a entrada de Urdangarin como administrador. Um ano depois já era o presidente(nom existia cargo de rei), responsabilidade que mantivo até 2006. Durante todo o seu tempo na presidência Torres foi o gestor do Instituto.

Urdangarin, antigo jogador de basquetebol, figera parte da equipa olímpica espanhola nos Jogos Olímpicos de Atlanta (USA) em 1996 e foi assim que conheceu a infanta Cristina. Casarom no ano seguinte, abandonou o desporto profissional, estudou Administraçom de Empresas. Em Realidade concluiu um master em ESADE e foi eleito para vice-presidente do Comité Olímpico espanhol.
Num comunicado emitido esta quarta-feira, segundo o Grupo de Delinquência Económica da polícia espanhola, as provas reunidas no caso Palma Arena som fortes e claras, tornando “inevitável” que Urdangarin membro da auto-proclamada “familia real espanhola” se torne arguido. O seu sócio, Diego Torres, já fora indiciado. Neste cenário, e como explicarom fontes do processo, tornou-se “inevitável”, seja “citado como réu” no julgamento do caso para que explique as irregularidades na faturaçom da empresa.

A família política, real para os amigos da Real Casa dos Bourbom, fai saber que se se manterá informada sobre o desenvolvimento do caso e que a Justiça deve dar os passos pertinentes para o esclarecer, mas que nom fará comentários.

Num dos seus recentes artigos no Diário Liberdade, Telmo afirma que “O povo trabalhador nom entendemos a que vam os soldados do exército fascista espanhol a essas guerras de rapina, assassinar povos que nom nos figérom nada, que estám vivendo tranquilos nos seus países de origem. Tampouco entendemos quais som os lucros dessas incursons para o povo, cuidamos que mais bem pagamos as conseqüências em milhares de milhons que saem do bolso de todos e todas as contribuentes”.
“A sociedade, sem tabus, necessita pór sobre a mesa o desmantelamento do exército e de toda a sua maquinária de terror e morte, assim como também a monarquia que, em tempos de crise é um luxo desnecessário.

Se som necessários cortes, comecemos por estes dous estamentos, já que nom teria efeitos negativos na populaçom, nom os iamos notar e seguiríamos a desfrutar serviços sociais básicos, como a sanidade e a educaçom pública”.

Há uns meses eu também afirmava nesse jornal eletrónico que “apesar dos seus determinantes reais genes e até o advento da, ou das repúblicas, continuaremos a trabalhar pola desapariçom de um sistema irracional e anacrónico, ainda que o rei e a família tenham um bom comportamento, só isso faltava!, a conduta nom revalida a continuidade de um sistema. O futuro nom pode depender de umha sociedade hierarquizada e patriarcal simbolizada pola coroa”.

Telmo, Miguel liberdade!

Reclamaçom de liberdade de Telmo e Miguel presentes na mobilizaçom obreira de 6 de novembro


Ativistas do CSAMT despregárom umha gigantesca faixa na confluência entre a rua Urzaiz e a Gram Vigo de Vigo ao passo da manifestaçom em defesa do emprego convocada por várias organizaçons sindicais.

Durante o percorrido da mobilizaçom operária fôrom lançadas as palavras de ordem "Telmo, Miguel liberdade", "Nom pode ser obreiros na cadeia corruptos no poder", “Presos à rua, a luita continua", "A luita obreira nom é delito", enquanto se distribuiam centenares de exemplares do panfleto que reproduzimos integramente. Posteriormente CSAMT incorporou-se à manifestaçom que finalizou na Porta do Sol.

O manifesto também foi difundido na manifestaçom realizada em Ferrol.

A luita obreira nom é delito
Telmo, Miguel liberdade

Miguel Nicolás leva quase onze meses preso, e Telmo Varela oito. Neste período ambos fôrom dispersados longe do seu País. Miguel está encarcerado em Astúrias e Telmo na prisom espanhola de Dueñas (Paléncia).

Miguel atualmente está em regime de isolamento, castigado por defender a sua dignidade como preso.

As causas polas que ambos fôrom presos e “condenados mediaticamente” nom se sustentam. A Fiscalia apoia-se em “provas” fruto de umha montagem policial. O sumário ainda nom se fechou e portanto o seu juízo ainda nom está datado.
Apenas razons de índole estritamente política permitem explicar por que nom se lhes concede a liberdade condicional e seguem sendo tratados polos mass-media da burguesia como “terroristas” segundo a sua terminologia.

Porém, Miguel e Telmo som dous operários do metal de Vigo conscientes da exploraçom que padece a classe obreira e portanto comprometidos na luita pola nossa emancipaçom.

A sua combatividade e firme compromisso com um modelo de sindicalismo nom pactista e combativo explicam por que estám a ser castigados com tanta dureza polo Estado espanhol.

Hoje nom podem estar connosco fisicamente, mas sim nos acompanham à hora de luitarmos contra o desemprego e a precariedade laboral, à hora de fazer frente às agressons do patronato e a burguesia, à hora de defender o setor naval.

Telmo e Miguel sabem que a ofensiva do Capital só se pode parar com a organizaçom obreira e popular, com a luita. A política de pactos sociais e conciliaçom de classes é corresponsável da grave situaçom que hoje atravessamos.

Nunca se resignárom nem se conformárom a viverem como escrav@s. Formam parte do melhor proletariado galego. Som pois um exemplo a seguir. A classe obreira galega necessita mais Telmos e mais Migueis.
Reclamar a sua imediata liberdade é um dever de toda trabalhadora e todo trabalhador.

O Comité de Solidariedade e Apoio a Miguel e Telmo (CSAMT) apela ao conjunto do povo trabalhador a secundar ativamente todas aquelas iniciativas solidárias com Miguel e Telmo. Apoiar economicamente os dous camaradas presos, enviar mensagens de apoio e ánimo.

Nom pode ser, obreiros na cadeia, corruptos no poder!!
Presos à rua, a luita continua!
O capitalismo é o terrorismo! 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A crise atual e o movimento popular

Telmo Varela

A crise atual é umha crise da que nom há saída. Umha das caraterísticas fundamentais desta crise é a sua sincronizaçom em todos os países capitalistas e o seu entrelaçamento com as crises estruturais e a com a crise geral do sistema (económica, política, ideológica, et ecétera).

A sincronizaçom da crise deve-se à dependència no desenvolvimento ténico-económico dos principais países capitalistas, que figérom possível a crescente globalizaçom da economia, a divisom internacional do trabalho e a integraçom monopolista internacional.

A crise atual é umha crise de superproduçom, mas dada a enorme massa de capital fixo investida e os avanços ténicos que permitem conhecer a conjuntura económica e as existências armazenadas em cada momento, varia na forma de manifestar-se, apresentando-se em pequeno grau como crise de superproduçom de mercadorias e em maior grau como crise de superacumulaçom de capital produtivo, em primeiro lugar de capital fixo.

Por todos estes motivos, a crise económica que vem padecendo o sistema capitalista, em lugar de dar o passo a um período de animaçom e prosperidade da economia, transforma-se numha crise crónica de todo o sistema capitalista, com a conseguinte estagnaçom da produçom, o incremento incessante do desemprego, a elevaçom dos preços, incremento dos impostos, et ecétera. Nestas condiçons agravam-se todos os problemas e lacras sociais e incrementa a luita de classes.

A saída à atual crise fai-se cada vez mais difícil, por nom dizer impossível, no quadro do próprio sistema. A falta de organizaçons políticas verdadeiramente revolucionárias, permite que o sistema capitalista tome oxigénio e dé bandaços de um lado a outro, procurando sair do atolhadeiro, entregando dinheiro público a maos cheias à Banca e aos grandes consórcios empresariais. Para que à volta da esquina voltem a estar como o princípio, necessitando mais resgates económicos.

Este conjunto de factores internacionais fai que hoje as contradiçons económicas, políticas e sociais agravam-se até tal extremo no seio dos países capitalistas, criando as condiçons favoráveis para o desenvolvimento da revoluçom social.

Precisamente, pola falta de organizaçons políticas revolucionárias, com implantaçom, jurdem ao longo do Estado (também na Galiza) organizaçons democráticas e populares, com o objetivo de responder a um amplo leque de demandas e reivindicaçons e defender os logros sociais que com a crise querem arrebatar.

Após o 15-M o cenário social é substancialmente diferente ao que havia tam só há um ano. As ocupaçons de espaços públicos, as assembleias em praças e ruas, as palavras de ordem como "vai acabar, vai acabar a paz social" fôrom-se propagando desde o passado maio e superárom os moldes dos protestos clássicos. Quebrando com corsés e ataduras que por todos os meios os partidos políticos oportunistas empenharom-se em sujeitar ao movimento obreiro e popular.

Há que aprofundar nestas novas formas de luita democráticas e assembleares, sem as tutelagens dos reformistas e dos agentes do sistema capitalista. Umah vez que estas formas de luita estejam consolidadas há que alargá-las ao mundo laboral, onde um modelo de relaçons laborais automatizado e um movimento obreiro desorientado e desorganizado está impedindo que a classe obreira ocupe o papel que historicamente lhe corresponde: verdadeiro motor e vanguarda da luita de classes. A situaçom de emergência social exige passar à açom e a classe obreira deve ter que jogar um papel determinante.

Qualquer projeto consequentemente revolucionário tem que passar necessariamente polo mundo do trabalho, no que hoje por hoje, e ao abeiro do que fam os sindicatos do sistema, falta-lhe dramaticamente o espírito da rebeliom que nasce dum impulso como o do 15-M, que quebre com todo o velho e caduco, e vejam a necessidade geral de mudar radicalmente as regras de jogo. Tanto mais quanto o capitalismo que padecemos esta retornando a posiçons cada vez mais reacionárias.

Tod@s sabemos que CCOO e UGT estám instalados no sistema, vivem e comem a conta dele, entom nom vam a combater um sistema que os mantem. Porém, os sindicatos de classe e combativos, nom acabam de arrancar, a menudo andam enfrascados em superar muitas das curtas miras, pola sua visom exclusivamente economicista. Nom acabam de entender que a luita sindical tem que olhar mais alá da simples luita económica. Também nom falta certo conservadurismo encaminhado a perserverar os logros orgánicos atingidos, coartando assim o seu próprio desenvolvimento, remisso a dar grandes passos adiante, temendo que podam pór em perigo os logros alcançados.

É certo que o sindicalismo combativo mantém muito em comum com o 15-M, como é a defesa da assembleia como centro decisório, a sua independência política e o rejeitamento total ao sistema capitalista, assim como o afam por vias novas, mais dinámicas e efetivas. Por iso, é importante para o movimento obreiro e popular procurar vias de achegamento e entendimento com o 15-M. O espírito do 15-M fai-se valer, sem dúvida, em determinados setores da classe obreira, ao tempo que o sindicalismo de classe transmite ao movimento 15-M umha dimensom obreira e de oposiçom total aos sistema capitalsita.

O que, hoje por hoje, parece indiscutível é que o sindicalismo combativo só perde se nom move ficha e nom aproveita umha tessitura tam particular como a que atravessamos. A olhos de muitos seria um estrepitoso fracasso do sindicalismo revolucionário nom dar um passo ao frente com energia, e com decisom colher responsabilidades políticas, para por-se à altura das circunstáncias e junto com o 15-M cimentar um moviemnto conjunto que se enfronte real e radicalmente aos sistema capitalista

Prisom de Dueñas (Paléncia)

2 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

A crise do sistema capitalista e as ensinanças do M-L

Telmo Varela

A sociedade capitalista já há uns anos que atingiu o seu mais alto grau de desenvolvimento económico, a partir do qual inicia a entrar numha crise de tal calado que nom dá saído nem sairá. Ora bem, a sua própria descomposiçom interna, por si só, nom leva à desapariçom do sistema capitalista.

E polo que estamos a ver, tampouco as greves gerais. Na Grécia no ano 2010 levárom a cabo 8 greves gerais, no que levamos de ano 7 e a situaçom nom melhorou nem se freou a aplicaçom de cortes sociais por parte do Governo.

Todo indica que estamos num longo período de convulsons que vai obrigar as massas a aplicarem formas de luita muito diferentes às utilizadas até agora.

Por todo isto, é importante analisar detidamente as ensinanças que nos deixou Lenine "O marxismo exige incondicionalmente que o problema das formas de luita se foque historicamente. Formular este problema à margem da situaçom histórica concreta é tanto como nom compreender os rudimentos do materialismo dialético". E prossegue: "em diferentes momentos da evoluçom económica, com a sujeiçom a diversas condiçons políticas, culturais-nacionais e de vida, et cétera, destacam-se em primeiro lugar diferentes formas de luita principais e, em relaçom com isto, variam a sua vez as formas secundárias, acessórias. Quer responder simplesmente que sim ou que nom a um determinado meio de luita, sem entrar a considerar em detalhe a situaçom concreta do movimento de que se trate numha fase dada do seu desenvolvimento, equivale a sair totalmente do terreno do marxismo"1.

E bem, em cada momento da evoluçom económica e consoante as diferentes condiçons políticas, um método de luita principal pode passar a secundário e é aqui a importáncia da aplicaçom do materialismo dialético. Lenine também nos dá umha clara explicaçom a este respeito: "Na década de setenta, a social-democracia rejeitava a greve geral como panaceia social, como meio para derrocar de golpe a burguesia por umha via nom política, mas reconhecia plenamente a greve política de massas (...) como um dos meios de luita necessários em certas condiçons. A social-democracia reconheceu a luita de barricadas na rua pola década de 40 do século XIX –rejeitando-a em troca, a finas de dito século, à vista de determinados dados- e mostrou-se plenamente disposta a revisar esta última conceçom, ao reconhecer a conveniência da luita de barricadas depois da experiência de Moscovo, em que se manifestou, segundo as palavras de Kautsky, umha nova tática deste tipo de luita"2.

Historicamente, porém, essas contínuas mudanças de tática que venhem impostas por cada conjuntura económica e política, pode-se dizer que de primeiros de século, desde a entrada do capitalismo na fase imperialsita e o início da nova era revolucionária que isto trouxo consigo, a tendência do movimento revolucionário é a empregar novas e cada vez mais elevadas formas de defesa e de ataque, a luita guerrilheira. Ou bem rural ou urbana, ou ambas.

Hoje nom nos achamos na época da livre concorrência económica e do império da constituiçom democrática, quando lhe era possível à classe obreira organizar-se e utilizar as mesmas instituiçons burguesas para "luitar contra essas mesmas instituiçons", tal e como Engels assinalou. Hoje achamo-nos no monopolismo e a reaçom política, quando a burguesia mesma há tempo que rompeu a legalidade democrática que governou todos os seus atos noutros tempos, quando o capital monopolista eliminou todas as travas jurídicas e instituiçons que impediam a sua atuaçom contrarrevolucionária aberta.

Era lógico, pois, que a tática da luita do proletariado conservasse até entom, junto às novas formas, parte das antigas; ora bem, tal como indicou Lenine, estas últimas formas deveriam subordinar-se às primeiras, quer dizer, os novos métodos de luita engendrados polas novas condiçons económicas e políticas, e polo auge do movimento revolucionário de massas em acelerado desenvolvimento. "As antigas formas -dizia Lenine- rompêrom-se. Pois resultou que o seu novo conteúdo antiproletário, reacionário, adquirírom um desenvolvimento desmesurado"; portanto, chamava Lenine, há que "trasnformar, vencer e submeter todas as formas, nom só as novas, como também as antigas; nom para se conciliar com estas últimas, mas para saber converté-las todas, as novas e as velhas, numha arma completa, definitiva e invencível do comunismo"3.

Dumha maneira mais ou menos acertada e consciente, toda organizaçom revolucionária que se aprecie deve aplicar os métodos de luita que correspondem às novas condiçons históricas.

Quero finalizar com as ensinanças de Lenine sobre os métodos de luita com umha citaçom aparecida no Abrente nº 62.

"O marxismo, que rejeita incondicionalmente todo o que forem fórmulas abstratas ou receitas doutrinárias, reclama que se preste a maior atençom à luita de massas em marcha, que, com o desenvolvimento, com o crescimento da consciência das massas, com a agudizaçom das crises económicas e políticas, engendra constantemente novos e cada vez mais diversos métodos de defesa e ataque.

Daí que o marxismo nom rejeite incondicionalmente nengumha forma de luita. O marxismo em modo nengum se limita às formas de luita possíveis e existentes só num momento dado, já que reconhece a inevitável necessidade de formas de luita novas, desconhecidas para quem age num período determinado e que surgem ao mudar a conjuntura social dada. Neste aspeto, o marxismo aprende, se for admitida a expressom, a prática das massas e nada mais longe dele que a pretensom de ensinar as massas formas de luita caviladas por "sistematizadores" de gabinete. Sabemos -dizia por exemplo Kautsky, considerando as formas da revoluçom social- que a futura crise trará novas formas de luita, que agora nom podemos prever"4.

Prisom de Topas (Salamanca)

6 de dezembro de 2011

Notas

1. V.I. Lenine: "A guerra de guerrilhas".
2. Idem.
3. V. I. Lenine "O esquerdismo, doença infantil do comunismo".
4. Proletari nº 18, 13 de setembro de 1905.

Cortes contra quem?

Telmo Varela
Os políticos ao serviço do sistema monopolista, empresários e rapinas dos meios de comunicaçom, perante os envites da crise global e estrutural do sistema capitalista, coreiam todos a umha que fam falta cortes sociais e apertar o cinto, polo bem da sacrossanta propriedade privada.

Quando falam de cortes mencionam aqueles que nos afetam de umha forma dramática e contundente as camadas populares, como som a educaçom, a sanidade pública, as ajudas a dependência, o desemprego, etc.

Quando reclamam apertar o cinto, estám a dirigir-se clara e cinicamente aos mesmos de sempre, aos obreiros e às classes populares que geramos a riqueza, mas que somos os mais despossuídos e os que mais sofremos a crise.

Ninguém fala de cortar os exagerados lucros da Banca. Nem ninguém se atreve sequer a mencionar que em tempos de crise se deveria revisar um dos temas mais alarmantes enquanto a sangria económica se refere: os ingentes gastos em defesa. Os exércitos nom só consomem enormes recursos económicos, necessários para outros usos, como som um estorvo e umha ameaça para as liberdades políticas e sociais. A imensa maioria dos comandos do exército som de ideologia conservadora e reacionária, amamentados polo franquismo. Todos sabemos quais som os seus princípios, as suas normas e o seu cometido.

Efetivamente, a primeira razom para por em questom a existência dos exércitos é, precisamente, a ideológica, além da económica num momento em que se estám a cortar serviços básicos para a populaçom. Quando nom há camas hospitalares nem quirófanos, para que necessitamos avions de combate, tanques com a última tenologia, ou armamento moderno e caríssimo? Quantos milhons de euros gastos em armamento vam desde o mercado ao ferro-velho sem ser utilizado? Passou tanto tempo que já ficam caducos e antiquados sem estrear.

Porém, um quirófano é utilizado de cotio; um colégio enche-se de crianças ano após ano; médicos e mestres trabalham de seguido. Os militares trabalham? Eu sinceramente nom o sei. Ninguém sabe que labor realizam os militares nos seus quartéis. Ah!, isso sim, o exército imperialista espanhol dispom de mais generais que qualquer outro país da Europa e com melhores salários.

A ocasiom desta reflexom é a profunda crise que ao parecer açouta todos exceto o exército parasita, que nos chupa o sangue sem que nos demos conta.

O Estado espanhol, com cerca de cinco milhons de desempregad@s e com umha situaçom económica mui preocupante, deveria de despreender-se desta lacra e pôr sobre a mesa o aforro do gasto do Exército, a Monarquia (outra instituiçom parasita e cada vez com mais parasitinhos comendo...) et cétera.

Numha verdadeira democracia o povo é que decide e deveria poder decidir se necessitamos e queremos estas duas instituiçons que só consomem ingentes recursos sem produzir nada em troca.

Podemos falar dos médicos, dos mestres (chamam-nos preguiçosos naltas instáncias), dos políticos ladrons, dos banqueiros corruptos, mas ah!, falar do Exército ou da Monarquia segue a ser tabu. Numha democracia que se prece, nom pode ser um tabu falar e debater sobre a possibilidade de desmantelamento do exército nem da Monarquia.

Nom é fácil concretizar a quantidade exata dos gastos militares, pola opacidade que os rodeia. Mas a sua importáncia pom-se de manifesto esporadicamente com notícias que som de somas verdadeiramente escandalosas.

Seria saudável pôr em questom também as operaçons denominadas "missons de paz", sejam às ordens da ONU, como na Bósnia ou no Afeganistám, ou sob o comando da NATO, como no Iraque ou como a atuaçom criminosa contra a populaçom civil da Líbia. Nom som um êxito nem um exemplo para os povos, para as liberdades e muito menos para as relaçons fraternais entre os povos. Polo contrário, o derrocamento dos governos legítimos desses países atraem a ira face os exércitos invasores que regam as suas ruas de sangue de gente civil, inocente, mulheres e crianças que nom saem do seu assombro perante tanta destruiçom e morte.

O povo trabalhador nom entendemos a que vam os soldados do exército fascista espanhol a essas guerras de rapina, assassinar povos que nom nos figérom nada, que estám vivendo tranquilos nos seus países de origem. Tampouco entendemos quais som os lucros dessas incursons para o povo, cuidamos que mais bem pagamos as conseqüências em milhares de milhons que saem do bolso de todos e todas as contribuintes.

A sociedade, sem tabus, necessita pór sobre a mesa o desmantelamento do exército e de toda a sua maquinária de terror e morte, assim como também a monarquia que, em tempos de crise é um luxo desnecessário.

Se som necessários cortes, comecemos por estes dous estamentos, já que nom teria efeitos negativos na populaçom, nom os iamos notar e seguiríamos a desfrutar serviços sociais básicos, como a sanidade e a educaçom pública.

Prisom de Dueñas (Palência)

6 de novembro de 2011