domingo, 6 de novembro de 2011

Cortes contra quem?

Telmo Varela
Os políticos ao serviço do sistema monopolista, empresários e rapinas dos meios de comunicaçom, perante os envites da crise global e estrutural do sistema capitalista, coreiam todos a umha que fam falta cortes sociais e apertar o cinto, polo bem da sacrossanta propriedade privada.

Quando falam de cortes mencionam aqueles que nos afetam de umha forma dramática e contundente as camadas populares, como som a educaçom, a sanidade pública, as ajudas a dependência, o desemprego, etc.

Quando reclamam apertar o cinto, estám a dirigir-se clara e cinicamente aos mesmos de sempre, aos obreiros e às classes populares que geramos a riqueza, mas que somos os mais despossuídos e os que mais sofremos a crise.

Ninguém fala de cortar os exagerados lucros da Banca. Nem ninguém se atreve sequer a mencionar que em tempos de crise se deveria revisar um dos temas mais alarmantes enquanto a sangria económica se refere: os ingentes gastos em defesa. Os exércitos nom só consomem enormes recursos económicos, necessários para outros usos, como som um estorvo e umha ameaça para as liberdades políticas e sociais. A imensa maioria dos comandos do exército som de ideologia conservadora e reacionária, amamentados polo franquismo. Todos sabemos quais som os seus princípios, as suas normas e o seu cometido.

Efetivamente, a primeira razom para por em questom a existência dos exércitos é, precisamente, a ideológica, além da económica num momento em que se estám a cortar serviços básicos para a populaçom. Quando nom há camas hospitalares nem quirófanos, para que necessitamos avions de combate, tanques com a última tenologia, ou armamento moderno e caríssimo? Quantos milhons de euros gastos em armamento vam desde o mercado ao ferro-velho sem ser utilizado? Passou tanto tempo que já ficam caducos e antiquados sem estrear.

Porém, um quirófano é utilizado de cotio; um colégio enche-se de crianças ano após ano; médicos e mestres trabalham de seguido. Os militares trabalham? Eu sinceramente nom o sei. Ninguém sabe que labor realizam os militares nos seus quartéis. Ah!, isso sim, o exército imperialista espanhol dispom de mais generais que qualquer outro país da Europa e com melhores salários.

A ocasiom desta reflexom é a profunda crise que ao parecer açouta todos exceto o exército parasita, que nos chupa o sangue sem que nos demos conta.

O Estado espanhol, com cerca de cinco milhons de desempregad@s e com umha situaçom económica mui preocupante, deveria de despreender-se desta lacra e pôr sobre a mesa o aforro do gasto do Exército, a Monarquia (outra instituiçom parasita e cada vez com mais parasitinhos comendo...) et cétera.

Numha verdadeira democracia o povo é que decide e deveria poder decidir se necessitamos e queremos estas duas instituiçons que só consomem ingentes recursos sem produzir nada em troca.

Podemos falar dos médicos, dos mestres (chamam-nos preguiçosos naltas instáncias), dos políticos ladrons, dos banqueiros corruptos, mas ah!, falar do Exército ou da Monarquia segue a ser tabu. Numha democracia que se prece, nom pode ser um tabu falar e debater sobre a possibilidade de desmantelamento do exército nem da Monarquia.

Nom é fácil concretizar a quantidade exata dos gastos militares, pola opacidade que os rodeia. Mas a sua importáncia pom-se de manifesto esporadicamente com notícias que som de somas verdadeiramente escandalosas.

Seria saudável pôr em questom também as operaçons denominadas "missons de paz", sejam às ordens da ONU, como na Bósnia ou no Afeganistám, ou sob o comando da NATO, como no Iraque ou como a atuaçom criminosa contra a populaçom civil da Líbia. Nom som um êxito nem um exemplo para os povos, para as liberdades e muito menos para as relaçons fraternais entre os povos. Polo contrário, o derrocamento dos governos legítimos desses países atraem a ira face os exércitos invasores que regam as suas ruas de sangue de gente civil, inocente, mulheres e crianças que nom saem do seu assombro perante tanta destruiçom e morte.

O povo trabalhador nom entendemos a que vam os soldados do exército fascista espanhol a essas guerras de rapina, assassinar povos que nom nos figérom nada, que estám vivendo tranquilos nos seus países de origem. Tampouco entendemos quais som os lucros dessas incursons para o povo, cuidamos que mais bem pagamos as conseqüências em milhares de milhons que saem do bolso de todos e todas as contribuintes.

A sociedade, sem tabus, necessita pór sobre a mesa o desmantelamento do exército e de toda a sua maquinária de terror e morte, assim como também a monarquia que, em tempos de crise é um luxo desnecessário.

Se som necessários cortes, comecemos por estes dous estamentos, já que nom teria efeitos negativos na populaçom, nom os iamos notar e seguiríamos a desfrutar serviços sociais básicos, como a sanidade e a educaçom pública.

Prisom de Dueñas (Palência)

6 de novembro de 2011

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