quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Miguel Nicolás isolado

Desde que a meados deste mês mudaram de módulo a Miguel Nicolás, as suas condiçons de habitabilidade na prisom de Villabona empiorarom significativamente, chegando ao extremo de ser insuportável a sua estadia na cela designada do módulo 6 por ter que ser compartilhada.

Por vez primeira nestes mais de 10 meses de sequestro, véu-se literalmente negado à simples leitura de um livro, ao tempo de descanso ou a poder escrever, polo contínuo e alto volume da TV ou das mais alienantes emisoras da rádio. Numha cela minúscula onde os dous presos nom colhiam ao mesmo tempo em pé, a cobertura de necessidades básicas, como ir ao banho ou tomar duche, fôrom restringidas a ridículos horários de respeito, pola banda do que vem de “novo”.

Eis as razons polas que o operário metalúrgico viguês, véu-se na obriga de exigir o seu direito a umha cela individual. Perante a negativa do Chefe de Serviço de conceder-lhe-la estes dias, adotou a determinaçom de nom votar entrar nessa cela.

Por este comportamento, nestes momentos encontra-se no módulo de isolamento, onde paradoxalmente, estará muito mais tranquilo que na cela anterior.

Nos próximos dias veremos se lhe aplicam um regime de primeiro grao por inadataçom ao regime ordinário. Embora poda contar um tempo com o seu direito a cela individual verá limitadas as possibilidades de realizar atividades, sendo sobreaumentado o controlo ao que se ve sumetido.

Do CSAMT enviamos o nosso apoio e ánimo a quem nom tolera adaptar-se às misérias do regime penitenciário espanhol.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Miguel foi mudado de módulo

Miguel Nicolás Aparício, operário metalúrgico preso no centro penitenciário de Villabona, foi mudado de módulo. Desde a sua transferência da Lama para a prisom asturiana estivo no módulo 8.

CSAMT informa que atualmente está no 6. Todas as pessoas solidárias que mantenhem correspondência com Miguel devem corrigir o endereço para evitar "extravios".

Telmo já nom tem correspondência "intervida"

Juíz de vigiláncia admite solicitude de Telmo para que a sua correspondência deixe de estar "intervida". Com esta pequena vitória o líder sindical viguês encarcerado na prisom espanhola de Dueñas (Paléncia) logra umha maior agilidade à hora de enviar e receber cartas, assim como incremento de chamadas telefónicas semanais.

CSAMT apela a manter ativo envio de correspondência e todo tipo de materiais de leitura aos dous presos revolucionários.

sábado, 22 de outubro de 2011

Venhem tempos de negras nuvens de trovoada

Telmo Varela

E tal a situaçom que estamos a viver, e perante os novos cortes, já anunciados polo flamante governo do PP, que som previsíveis distúrbios inconscientes e desorganizados, espontáneos e às vezes sem tom nem som.

Por isso é fundamental que o movimento obreiro, que é o movimento da classe mais avançada, o proletariado, se organize a passos agigantados. Esta é a tarefa principal da organizaçom de vanguarda.

A propaganda e agitaçom tem que ser contínua, alertando e orientando as massas da importáncia da luita consciente e organizada para que as revoltas, greves, manifestaçons políticas contra a oligarquia tenham resultados favoráveis para a acumulaçom de forças revolucionárias.

O inimigo desde o ano 2007 vem preparando-se com o incremento das forças repressivas, na sua modernizaçom e aquisiçom de novas e mais sofisticadas armas, para afrontar ferozes confrontos e reprimir com contundência o movimento obreiro. É importante denunciar e alertar o povo deste rearmamento do inimigo. Mas mais importante ainda é organizar. Educar e preparar o povo para formas superiores de luita revolucionária.

Os abusivos e criminosos cortes e as vergonhosas medidas de austeridade contra o serviços públicos, vam obrigar as massas a verdadeiros combates com as forças da "ordem" (desordem) na rua, a batalhas nas barricadas. Seguramente nom vai ser amanhá, mas todo aponta, e as últimas medidas assim o confirmam, que os acontecimentos se encaminham nessa direçom.

Com toda a segurança, antes de utilizar as forças repressivas (já preparadas e armadas até os dentes para esmagar o povo), a oligarquia vai recorrer aos políticos e sindicalistas bem pagos para que nos mintam, nos enganem, nos desmoralizem e nos dividam; e se isto nom lhes der resultado, pôr-se ao frente dos protestos para desviá-las dos seus verdadeiros objetivos e enleá-las em reivindicaçons que nom conduzem a nengures. A história do movimento obreiro está cheia destes exemplos. Sempre que o movimento popular nom está bem organizado e corretamente dirigido, os lacaios do grande capital conseguem o seu propósito.

Para que nom consigam o seu objetivo, o movimento obreiro necessita o Partido para organizar as amplas massas e aplicar de maneira rigorosa os métodos do trabalho conspirativo que fam com que as massas vaiam de vitória em vitória.

O Governo vai fazer esforços desesperados e pôr em jogo toda a classe de subterfúgios para impor ao povo trabalhador os planos económicos dos banqueiros e oligarcas de serviço. Estám decididos a consegui-lo sem escatimar em forças nem em meios. Vam sufocar, desde o mesmo início, e sem olhar a meios, qualquer foco de resistência e rebeldia.

O nosso dever, como revolucionários e revolucionárias, é apoiar com todas as nossas forças as luitas ali onde se derem e explicar às massas obreiras e ao povo em geral a transcendência que a luita tem para defender os nossos interesses de classe e ajudar a atingir a verdadeira liberdade para todo o povo trabalhador. É necessário agrupar todas as forças numha mesma direçom e fazer entender que o inimigo é o mesmo para todos e em todas as luitas.

Greves, manifestaçons, batalhas na rua, tais vam ser as conseqüências da desesperaçom a tantos cortes por parte do Governo. Chegaremos, por último, à etapa posterior, o que, com certeza, nom significa que o movimento se ache já, na sua totalidade, nesta fase superior de organizaçom e de luita consciente.

No movimento há ainda muitas cousas sem desenvolver; na populaçom veem-se bastantes traços de submissom, de passividade e resignaçom. Mas o que de verdade vai suceder é que as vagas de luitas espontáneas vam superar a capacidade das organizaçons independentistas revolucionárias.

Entom vai ser quando os elementos da vanguarda nom vam a ter mais remédio que pôr-se à frente da luita e nom em virtude de razoamentos teóricos, mas pola pressom e a força do crescente movimento.

Entom há que pôr-se à altura das tarefas novas, superiores, de luita, de luita encarniçada contra um inimigo despiadado e cruel. Toca-nos trabalhar arreio.

Telmo Varela

Prisom de Topas, Salamanca, 22 dezembro de 2011