quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Comunicado de Miguel e Telmo perante o seu julgamento




Companheiros e companheiras  do CSAMT:

Telmo Varela e Miguel Nicolás enviamos este escrito ao Comité de Solidariedade e Apoio, como ao conjunto do povo trabalhador galego, para pedir-vos toda a solidariedade possível face o julgamento datado às 10:00 horas de 5 e 6 de fevereiro de 2013, no Julgado do Penal nº 1 de Vigo, onde sob acusaçom dum ataque ao INEM em 2010, confrontamos umha petiçom fiscal que soma um total de 15 anos de prisom.

Telmo e Miguel, ambos eletricistas do naval, ativistas sociais e daquela militantes da CUT, fomos vítimas dumha montagem mediática e policial, construida em base a indícios casuais, carentes dalgum tipo de prova que poda sustentar-se. Numha época de conflituosidade social, dumha nova tentativa de desmantelar o setor naval, cum incremento alarmante do desemprego, que junto duns pacotes de reformas e decretos, abrirom passo à dramática situaçom que hoje em dia padecemos como povo trabalhador galego. A única finalidade e objetivo das nossas detençons, foi o de levar a cabo umha campanha com a que reprimir e criminalizar qualquer resposta obreira e sindical de caráter combativo.

Este ataque ao INEM aconteceu na madrugada de 15 de dezembro de 2010, numha época na que as cifras do desemprego na Galiza chegava a 250.000 obreiros e obreiras privados do seu direito a trabalhar, enquanto o governo de Zapatero, ameaçava com arrebatar as esmolas dos 420 euros com os que tantas famílias da nossa classe e povo tentavam sobreviver.
Na mesma manhá, enquanto o INEM já funcionava normamalmente, detivérom a Miguel, e até 2 de maio de 2012 -sob a lei antiterrorista-, mantivérom-no sequestrado e dispersado polos cárceres do Estado espanhol, os dous primeiros meses na prisom da Lama, 8 meses na de Villabona en Astúries, e o resto até cumprir ano e meio na prisom de Zuera em Saragoça, a mais de 900 quilómetros da Galiza, saindo sob umha fiança de 3.000 euros, recaudada entre a solidariedade da nossa classe na manifestaçom do 1º de Maio, polo Comité de Solidariedade e Apoio a Miguel e Telmo (CSAMT).

Telmo, detido 9 de março de 2011, após um despiadado linchamento mediático, ainda continua preso e dispersado, atualmente na cadeia de Salamanca a 413 quilómetros da Galiza, após passar polos cárceres da Lama, e Dueñas em Palencia, a 486 quilómetros do País, levando já quase dous anos privado da presunçom de inocência e a espera do julgamento.
Após mais de 6 tentativas da sua posta em liberdade provisória, mantenhem-no preso com argumentos tam absurdos como a proximidade da Galiza com Portugal, que a crise continua, e inclusive por falta de arraigo familiar e laboral, quando cada mês, além das amizades, recebe a visita da sua mulher mais do seu filho de 9 anos, e incluso existe um contrato laboral aguardando para incorporar-se ao trabalho nada mais sair da prisom.
Como carecem de base e de argumentos para prolongar a cadeia por dous anos mais em preventiva, a estreita colaboraçom da justiça com o Ministério do Interior, um mês antes de cumprir-se os dous anos, celebram o julgamento com o firme propósito de condená-lo. Sabem perfeitamente que o sumário está cheio de lacunas e provas prefabricadas, e querem, a pesar de todo, assegurar-se umha condena exemplarizante para que o movimento operário fique dócil.

Nos dias 5 e 6 de fevereiro de 2013, no Julgado do Penal 1 de Vigo, vamos confrontar um julgamento marcadamente político, onde toda arbitrariedade exercida polo regime -policial, jurídica, penitenciária e mediática-, padecida o longo deste processo repressivo de quase dous anos, materializará-se de forma descaradamente injusta e contundente contra nós, cumhas petiçons que somam 15 anos de prisom para dous trabalhadores do naval acusados de ter dignidade.

A repressom do Estado, tanto a nível sindical, como contra o independentismo, tem-se agudizado no devalar destes últimos anos, atacando sem trégua o nosso povo, tratando de arrebatar e privatizar todos os nossos direitos e serviços sociais atingidos em décadas, a custa da política do medo e do escarmento, de montagens policiais com as que tratar de silenciar e criminalizar a toda pessoa ou movimento que se atreva a protestar.

Polo que pedimos a vossa assistência nos julgados, que nos arroupedes contra este nova tentativa de criminalizar a nossa classe, que nom somos terroristas, senom sindicalistas galegos, que estamos fartos de montagens policiais com as que sequestram a nossa gente, da incomunicaçom em que a tortura da dispersom com a que nos afastam para também atacar a familiares e amizades, que nem a luita obreira nem defender a terra som delito, que quando o nosso povo se vê asovalhado, esquilmado e atacado deste jeito polo Estado, mais legitimidade tem para defender-se.

Só com a solidariedade de todas e de todos, se poderá fazer frente, resistir é vencer.

Saúdos.

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